Que é este Alvorecer?
O substantivo titular não é mera representação ou figura comercial. Trata-se de um alvorecer tal qual o vemos, nos raros instantes que o vemos. É o começo de algo que já esteve sempre aí: mas como se começa algo que sempre este aí; não seria contraditório? E que há na existência que não se revele em contradições, isto é, problemas lógicos aparentemente insolúveis? É o despontar da existência. E esta pode ser uma experiência ainda mais radical para aqueles que julgam se aproximar de um entendimento unânime sobre o Homem. A grande tarefa destes colegas, sejam psicólogos, médicos, neurocientistas, antropólogos, teólogos ou filósofos, dentre tantos outros espíritos corajosos, está apenas em iniciação.
Apreciem, leitores, o alvorecer tal e qual lança seus raios ao frescor de uma nova manhã.
“Grande e belo espetáculo é ver o homem sair, por assim dizer, do nada por seus próprios esforços; dissipar, com as luzes da razão, as trevas em que a natureza o envolvera; elevar-se acima de si mesmo; lançar-se pelo espírito até as regiões celestiais; percorrer a passo de gigante, assim como o sol, a vasta extensão do universo; e, o que é ainda maior a mais difícil, voltar-se para dentro de si mesmo, a fim de ali estudar o homem e conhecer a sua natureza, seus deveres e seu fim”. — Jean Jacques-Rousseau, Discurso sobre as ciências e as artes, 1749.
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